segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Conceitos

Após a leitura do livro Cibercultura de Pierre Lévy, das discussões em sala e em grupo com a turma do Módulo 1 – Ciclo 3, foi possível levantar alguns conceitos:

Ciberespaço

o É o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores;

o Surge como um novo espaço pedagógico;

o Espaço possível, na internet, de interação e articulação de todas as pessoas conectadas com tudo que existe no espaço digital.

Cibercultura

o Conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço;

o Espaço de ação finito dos computadores em um novo ambiente, um novo espaço virtual, o ciberespaço, com uma outra cultura, a cibercultura, e uma nova ética.

Técnicas

o Enfatiza a parte material e artificial dos fenômenos humanos;

o É produzida dento de uma cultura e de uma sociedade condicionada a mesma;

o Maneiras, jeitos ou habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para executar ou fazer algo.

Tecnologias

o São produtos de uma sociedade e de uma cultura;

o Está em todo lugar, já faz parte de nossas vidas;

o Atividades cotidianas mais comuns são possíveis graças às tecnologias a que temos acesso;

o Estão tão próximas e presentes que nem percebemos

Virtual

o É o que existe em potência e não em ato, não se opõe ao real, mas ao atual.

Inteligência coletiva

o Acelera cada vez mais o ritmo da alteração tecno-social, quanto mais rápida é a alteração, mais nos parece vir do exterior.

Hipertexto

o Sequência em camadas de documentos interligados, que funcionam como páginas sem numeração e trazem informações variadas sobre determinado assunto;

o Evolução do texto linear na forma como o conhecemos;

o Permite que saltemos entre os vários tipos de dados e encontre em algum lugar a informação de que precisemos.

Hipermídias

o Quando, nesses documentos houver outras mídias vídeos como, fotos, sons, etc, fica conhecido como hipermídias;

o Acessam informações em uma variedade enorme de formatos. Hipertextos e hipermídias realizam sínteses e se articulam.

Interatividade

o Comunicação aprofundada onde é possível modificar conteúdos, de forma mútua.

Educação à distância

o Realiza-se pelo uso de diferentes meios, baseado tanto na noção de distância física entre o aluno como o professor, com a flexibilidade do tempo e na localização do aluno em qualquer espaço.

Educação on-line

o Modalidade de educação à distância realizada via internet, utilizando-se da internet para a distribuição rápida das informações e a interação entre pessoas.

Educação e-learning

o Surge como opção das empresas para o treinamento de seus funcionários à distância com o uso da internet, curso esse de autoaprendizagem, com baixa interação do aluno com outras pessoas.

Os estudantes da geração internet

TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro, Agir negócios, 2010.


 O modelo de educação ainda vigente no século XXI é o mesmo pensado para a era industrial, ou seja, uma educação centrada no professor, único detentor do conhecimento e, o aluno apenas um mero receptor desse conhecimento.

Acontece que, com as tecnologias da comunicação e informação, o mundo tornou-se veloz, o trabalho precisa de funcionários que consiga, de forma criativa e eficiente, responder as novas exigências da sociedade.

O que preocupa é que, apesar da educação continuar nos moldes da era industrial, os alunos são de outra era, a era tecnológica.

O estudo realizado por Don Tapscott, nas escolas americanas, mostra como adolescentes e jovens que cresceram usando a internet, estão mudando desde a educação até o trabalho, desenvolvendo novas formas de pensar, relacionar, trabalhar, interagir e aprender, possibilitando benefícios para toda a sociedade.

Tapscott, ressalta que o foco da educação deve ser no aluno e não no professor, o que significa, uma mudança sem precedentes na educação, mudaria a relação do professor-aluno, o professor deixaria de ministrar uma aula expositiva a todos os alunos igualmente, permitiria o aluno fazer descobertas e interagir com seus pares colaborativamente. A idéia de ficar sentado numa sala de aula fechada, recebendo informação do professor é, no mínimo, estranho para a geração internet, que cresceu acostumado a criar compartilhando as informações, criando on-line.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resenha do Livro Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação

A autora Vani Moreira Kenski, é graduada em Pedagogia e Geografia pela UERJ, doutora em Educação, pesquisadora do CNPq e orientadora de teses e dissertações no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP), em seu livro Educação e Tecnologias: O Novo Ritmo da Informação traz a discussão sobre a relação de poder entre educação e tecnologias.
Conceitua tecnologia, que em muitos casos, confunde-se com o conceito de inovação, e técnica, que são maneiras, jeitos ou habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologias e as novas tecnologias, na atualidade, referindo-se os conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das telecomunicações.
De acordo com a autora as tecnologias servem para informar e comunicar. Essas tecnologias, chamadas por alguns autores de “Tecnologias Inteligentes”, cuja base é imaterial, não existe como máquina, mas como linguagem.
Ressalta ainda que para que a linguagem possa ser utilizada em diferentes tempos e espaços, são desenvolvidos inúmeros processos e produtos. Assim, surgem profissões que têm como foco de ação a comunicação, ampliando o acesso a notícias e informações para todas as pessoas, garantindo novas formas de uso das TICs para a produção e propagação de informações.
Kenski lembra que as TICs, cada uma com suas especificidades, se expressam por diferentes linguagens. A linguagem oral, forma mais antiga de expressão, na atualidade, ainda é a nossa principal forma de comunicação e de troca de informação; a linguagem escrita reorienta a estrutura social, legitimando o conhecimento valorizado pela escolaridade como mecanismo de poder e de ascensão, tornando-se assim, ferramenta para ampliação da memória e para a comunicação; e a linguagem digital, cuja base são os hipertextos, sequências em camadas de documentos interligados. Essa linguagem, segundo a autora, impõe mudanças radicais às formas de acesso à informação, à cultura e ao entretenimento.
Outro aspecto a ser ressaltado, que não deixa de ter relação com o que foi tratado acima, é o fato da educação e das tecnologias serem indissociáveis. Mas para que ocorra essa integração, é preciso, segundo Kenki, que conhecimentos, valores, hábitos, atitudes e comportamentos dos grupos sejam ensinados e aprendidos, ou seja, que se utilize a educação para ensinar sobre tecnologias.
Porém as tecnologias comunicativas não provocam ainda alterações radicais na estrutura dos cursos, na articulação entre conteúdos e não mudam as maneiras como professores trabalham didaticamente com seus alunos. Na verdade as tecnologias estão muito longe de serem usadas em todas as suas possibilidades para uma melhor educação.
Nesse sentido, a autora ressalta a necessidade de construção de novas estruturas educativas que não sejam apenas a formação fechada. Essa nova escola deve aceitar o desafio da mudança e do atendimento de formação e treinamento em novas bases, acabando com o isolamento da escola e a colocando em permanente situação de diálogo e cooperação com as demais instâncias da sociedade. Professores e técnicos começam a compreender que, além da fluência no uso da tecnologia digital, é preciso ter formação específica para o uso pedagógico do computador.
Vale ressaltar que a autora não diferencia o hacker do craker, referindo-se o primeiro como invasores de computadores e sites alheios com os mais diferenciados propósitos, ajudando na propagação equivocada do conceito.
No livro são destacados alguns problemas no uso das tecnologias na educação, inclusive nas tecnologias mais conhecidas e amplamente utilizadas como a fala e a leitura de textos, da falta de conhecimento do professor para melhor uso pedagógico das tecnologias, a falta de adequação das tecnologias ao conteúdo que vai ser ensinado, falta de manutenção desses equipamentos, escasso tempo para formação do docente.
Assim, a autora destaca que diante de tantos problemas é um grande desafio a utilização das tecnologias na educação, lembrando que por maior e melhor que seja a estrutura tecnológica, sozinha, ela não consegue realizar nenhum projeto educacional de qualidade.
Destaca que a escola precisa garantir aos alunos-cidadãos a formação e a aquisição de novas habilidades, atitudes e valores, desta forma, a parcela da sociedade que está fora dessa nova realidade tecnológica, vive em estado permanente de dominação e subserviência. Neste sentido, a relação entre educação e tecnologias de comunicação e informação devem integrar escola e comunidade de forma que a educação mobilize a sociedade e as TICs e os ciberespaços ofereçam possibilidades de interação e participação social.
Kenski nos traz alguns exemplos de experiências em educação voltadas para essa nova realidade como o Tabuleiro Digital, desenvolvido em 2004 pela Universidade Federal da Bahia, o programa Enlace ou World Links, desenvolvido em 2002 pela Secretaria de Educação de São Paulo, o projeto Infovias e Educação, iniciado em 2000 pela Universidade Federal de Goiás, o projeto de Cooperação Internacional no Distrito Federal, realizado nas escolas do ensino médio da rede pública do Distrito Federal.
Lembra que desde que as tecnologias de comunicação e informação começaram a se expandir, ocorrendo mudanças nas maneiras de ensinar e aprender. Assim, ressalta, que é muito difícil pensar que as atividades de ensino-aprendizagem possam ocorre exclusivamente em ambientes presenciais.
As tecnologias ampliam as possibilidades de ensino para além do curto e delimitado espaço de presença física de professores e alunos na mesma sala de aula.
A autora nos apresenta o medidor de grau de interação em atividades educativas apresentado por Moore, que conceitua “distância transacional”, ou seja, a distância física e comunicativa em sala de aula. Para Moore, a distância transacional será maior ou menor, dependendo da forma como alunos são tratados.
Os ambientes virtuais de aprendizagem cria um novo espaço possibilitado pelas tecnologias digitais. Esses ambientes são sistemas disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação.
Portanto, essas novas exigências educacionais, transformam a educação em prioridade nacional e percebemos que mudanças já ocorrem nos movimentos cotidianos de alunos e professores, da sociedade em geral. Assim, é imprescindível que as escolas incorporem esses movimentos no cotidiano das salas de aula.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ética Hacker

     O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

O hacker busca a informação diariamente e tem prazer em passá-la para quem quer "pensar" e "criar" coisas novas.

A cultura hacker é essencialmente baseada em atitudes éticas e no tripé: “liberdade, colaboração e conhecimento”, sendo a máxima hacker "A informação quer ser livre".

Atualmente vivemos em uma sociedade de consumo onde quem detém informações detém o poder, que é transformada em mercadoria, tem valor e é vendida.

Para os hackers toda a sociedade pode e deve se beneficiar desse poder, assim, as informações seriam compartilhas e penetrariam toda a sociedade.

Esse compartilhamento de informacões beneficiaria toda a sociedade, portanto, a ideia hacker é facilitar ao máximo o acesso, atravé da elaboração e modificação de software e hardware de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas, seja adaptando as antigas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Dimensão Estruturante das Tecnologias



Atualmente uma escola que não tenha em seu currículo a informática e em suas dependências um laboratório de informática é considerado “tradicional” e o professor que, em seu planejamento diário não utilize as “novas” tecnologias não está conectado ao mundo globalizado.
Mas o que percebemos é que a maioria das escolas utiliza as tecnologias totalmente desarticuladas da proposta pedagógica, o que acaba por reduzir o conhecimento a informações estáticas e o aluno a um mero receptor de informações.
Perceber a dimensão estruturante das tecnologias permite que os alunos criem, participem, interajam, colaborem entre si, ao mesmo tempo em que exige uma nova visão do mundo e da escola.
Para Valente "o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por intermédio do computador." (VALENTE, 1993:8).
Portanto, utilizar as tecnologias como um novo recurso na escola, uma nova ferramenta de trabalho, um novo instrumento que chama atenção dos alunos, implica em limitar os usos que as tecnologias nos proporcionam e empobrece a prática pedagógica do professor.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Uma estética para corpos mutantes



O autor Edvaldo Souza Couto, mestre em Filosofia, doutor em Educação e professor no Departamento de Educação na Universidade Federal da Bahia, em seu artigo Uma estética para corpos mutantes traz a discussão o uso das tecnologias sobre o corpo humano, principal objeto de consumo da atualidade.

A rapidez que o mundo contemporâneo processa novas informações tem influência direta no corpo humano. Assim esse corpo precisa responder as demandas que surgem necessitando ser ágil, rápido, resistente e sadio.

De acordo com o autor as novas tecnologias proporcionaram o processo de mudança tanto na sociedade como nos sujeitos, permitindo tratar o corpo de forma a amplificar suas capacidades naturais.

Essa estética para corpos mutantes ressalta que o corpo revisado, corrigido e projetado pelas técnicas, não é mais roteiro de filmes americanos de ficção científica, mas uma realidade atual.

Se por um lado, a busca de um corpo perfeito permite modificá-lo a nosso bel prazer, por outro lado permite recuperar movimentos, sentidos e limitações nunca antes pensadas, transformando o corpo numa máquina perfeita.

Assim, segundo o autor, as novas tecnologias nos possibilitam transformar o corpo num objeto em constante movimento, a experimentar variadas possibilidades e a vivenciar uma liberdade mutante e mutável.